sexta-feira, 8 de abril de 2011

Elefante do Rio de Janeiro

Todos lembram de mim agora
Todos tentam me entender agora
Me julgam
Dizem que eu sou mau
Psicopata
Dizem ate que eu sou louco
Mas esquecem que eu não nasci assim
Vocês me fizeram assim
E só percebem isso agora
Agora
Somente agora
Então agora me olhem
E vejam o seu sangue em minha volta
Um sangue tão impuro quanto o meu
E caído no chão
Sou igual a vocês
Sem alma
Então não me julguem
Se em vida fui desprezado
Por não ser igual a vocês
Então agora sejam vocês
Iguais a mim
Mortos
Assim não tem nada
Que possa nos diferenciar

quarta-feira, 23 de março de 2011

Vivendo uma vida que não é minha, tento fugir.
Escapo por aqui, escapo por ali. Me refugio no banheiro.
No meu universo de um metro e meio, cago e sentado na privada, durmo em cima da minha merda.
Acordo com minha perna dormente, não sei quanto tempo passou, só sei que não quero voltar, fico revoltado, xingo, reclamo
PUTA QUE PARIU!!!!
Me masturbo pensando na sua irmã. Ela não tem culpa, mas se foda. Não quero voltar
Depois de ejacular, reclamo mais um pouco
Levanto, abro a porta que separa meu universo pra merda da minha vida real
Deixo a minha merda pra traz, fecho a porta do banheiro.
E morro mais um dia.

terça-feira, 22 de março de 2011

Quatro paredes
Um metro e meio de espaço
E o corpo físico trancado
Corpo físico cansado
A merda e o mau cheiro como companhia
A mente  angustiada
Ansiosa
Desesperada

Mas a alma
A alma voa
Alcança lugares enormes
Infinitos

E enquanto isso a vida passa como um tiro
Que sai do revolver direto para o alvo
E explode minha cabeça

sexta-feira, 21 de janeiro de 2011

Confusão escrita

Muitas coisas tem mudado ultimamente

Estou perdendo o medo
O medo de mudar
O medo de ser feliz
O medo de sonhar

Penso o dia inteiro
Penso sem parar
Minha mente não se cansa
Minha mente não se fecha
Na minha mente acontece coisas
Que ainda não consigo expressar
Briga
Xinga
Sofre
Recomeçar

Já quase posso sentir teu gosto
A mesma sensação
A mesma emoção
Agora, mais confiante
Mais esperançoso

O infinito toma forma
Volto a ficar bobo

Minha alma te espera
Confusão escrita
Espero que entenda

segunda-feira, 17 de janeiro de 2011

Projetos

Chego atrasado na sala de aula. Sento no mesmo lugar de sempre.
A aula é de projetos.
Na frente dos alunos, a professora que fica resmungando alguma coisa sobre como é importante os projetos tanto para vida profissional como para vida pessoal.
Ela é uma mulher mais velha, bonita, loira, magra. Só a sua voz que é um saco. E o fato dela se achar sempre  superior aos outros.
Na verdade ela é uma coroa escrota, metida.
Na aula de hoje ela pediu pra criarmos um projeto.
Porra, o que eu vou criar, qual é o meu projeto, tem tantas coisa que eu queria fazer. Mas agora eu só queria fumar um baseado. Trabalhar e estudar é foda.
Tentar criar alguma coisa, mas só criei coisas inúteis. Desisti.
Já tinha um projeto em mente e fui conclui-lo.
Sai da faculdade para fumar meu baseado que eu tanto queria. Fui para a rua de traz da escola. Nunca passa ninguém aqui.
Vinte minutos depois e pronto, conclui meu projeto, mais agora tenho outro projeto.
Acabar com a minha larica.
Na frente da faculdade tem um carrinho de cachorro quente, que esta sempre lotada de alunos. Ninguém quer saber de estudar mesmo.
Pedi um cachorro quente e enquanto esperava, olhei as pessoas à minha volta.
Algumas pessoas mostravam seu carro novo, outras pessoas conversavam pra saber quem esta comendo quem, todas pareciam fazer academia, todas bebiam, todas falavam alto.
Qual seria os projetos delas ?
Qual é o seu projeto ?
Um carro parcelado em 72 vezes?
Qual o seu objetivo?
Ganhar dinheiro?
Cheirar todo seu dinheiro?
Transar essa noite?
Morrer essa noite?
Acho que sei o que eu quero, no fundo eu só quero mandar tudo para o inferno.
Mas antes disso vou terminar um projeto que ficou inacabado
Vou comer meu cachorro quente e acabar com a minha larica.

Olhos de ressaca

Olho ela nos olhos.
Sinto uma coisa estranha, meu coração dispara, não sei o que fazer.
Desvio o olhar.

Sem ela perceber, decoro cada detalhe do seu rosto, cada curva do seu corpo.
Meu Deus como ela é linda, como à desejo.
Queria mesmo era virar essa mesa, andar na sua direção, parar em sua frente, pega-la pela mão e fugir, fugir daquele lugar, fugir daquelas pessoas, desse moralismo.

Disfarço, olho para o lado, falo alguma besteira com os amigos, dou mais um gole na minha cerjeva e volto a encara-lá.
Tento descobrir alguma coisa através daqueles olhos.
Quem é essa garota de verdade, o que tanto ela esconde.
Mas ao contrario, ela me invade, seu olhar rouba minha alma.
Me sinto desprotegido, fico paralisado sem saber o que fazer.
Gosto daquela sensação.
Mas não consigo encara-la por muito tempo.
Desvio o olhar novamente.

A cada momento ela se torna mais interessante.
Não consigo mais disfarçar.
não consigo mais parar de olhar.
E algumas pessoas percebem isso.
Mas não me importo mais, ela roubou minha alma com seus olhos de ressaca

sexta-feira, 14 de janeiro de 2011

Conversas de MSN

Acordo no meu quarto.
Minha mulher já não esta do meu lado. Já foi trabalha.
Procuro o controle da TV.
Ligo. Na tela um desenho que eu gosto. ''Caverna do dragão''.
Mudo de canal, mais esse horário nada de interessante, volto para o desenho.
Procuro alguma coisa pra saber as horas. Pego meu celular.
10:30hs.
Me espreguiço e brigo comigo mesmo pra sair da cama. Olho novamente para o lado. Me lembro de algumas brigas e me pergunto.
Quanto tempo será que ela já não esta do meu lado.
Levanto. Passo pela sala sem falar com ninguém, vou ate o banheiro, dou uma mijada e escovo os dentes.
Volto pra sala. Olho pra minha mãe e com um sorriso meio de lado, dou meu bom dia sem falar uma palavra.
Sento na frente do computador e me conecto.
Ninguém interessante esse horário.
Visito alguns perfis, mas logo saio. Fico vendo TV, moscando no sofá.
Quero andar de skate. Mais é muito cedo ainda, fico pensando em algumas manobras. Visualizo mentalmente todo o movimento do skate. Fico confiante e empolgado pra andar.
Fico moscando mais um pouco no sofá. Levanto e sento na frente do computador mais uma vez.
14:40hs.
Pessoas mais interessantes começam a se conectar.
Sinto vontade de conversar com alguém. Acho que ainda não disse uma palavra o dia inteiro.
Chamo algumas pessoas pra andar de skate, converso sobre filmes e livros com outras, conto ideias, desabafo , me empolgo. Apenas converso.
Visito mais alguns perfis, alguns pela segunda vez.
16:30hs.
Chega a hora de andar de skate, me despeço, pego meu skate e vou.
Chego na pista, encontro alguns amigos, agora pessoalmente.
Comprimento todo mundo, dou risada, relaxo um pouco. Lembro as manobras que estava pensando no sofá de casa, visualizo cada movimento do skate novamente.
Fico confiante.
subo em cima do skate.Chuto a manobra.
E erro.

Fatos

É difícil aceitar algumas coisas na vida.
Sou jovem. Ainda.
Inconformado com o fato de que o homem.
envelhece.
O cabelo cai.
A barriga cresce.
E os sonhos morrem

Depois de um LSD

Chego em casa.
Um pouco cansado, um pouco stressado. Sento na frente do computador e escuto uma discussão ao fundo, não quero saber, quero um pouco de paz, ligo o som e continuo navegando.Mais as discussões aumentam, choro, alguns gritos, mas não quero saber, PORRA, quero um pouco de paz. Me levanto
 -VAI TOMAR NO CU !!
Bato a porta e saio. Nem me escutaram, ainda escuto os gritos.
Ando pelas ruas sem saber direito a onde estou indo. Encontro alguns amigos, desabafo, acendo um cigarro e vou com eles ate a casa de alguns conhecidos.
Converso um pouco, acendo outro cigarro, escuto uma musica, me distraio. Esqueço a briga em casa.
O tempo passa, me despeço e vou embora, sozinho agora.
Já esta quase anoitecendo e não quero ir pra casa, pego um cigarro e vejo que restou apenas um no maço.
  -Puta merda.
Não tenho um puto na carteira. Sento em um banco de uma praça onde tem muitas pessoas, mas não conheço ninguém, fico só observando. Pego meu ultimo cigarro e acendo.
 -Me arruma um cigarro.
 -Esse era o ultimo.
 -Deixa eu fumar com você.
Até que não era uma má ideia.Não quero ficar sozinho, estava ficando entediado.
 -Fuma ai.
Era uma moça de cabelos castanhos, magra. Era uma moça bonita. Tinha uma garrafa de vinho na mão. Estava sozinha. Sentou e me ofereceu um gole.
Aceite.
Comentei algo sobre a sua blusa, uma blusa do ''THE DOORS'' com o Jim morrison de braços abertos.
Conversamos sobre musica, filmes, alguns livros e sobre as pessoas da praça, todas felizes, bebendo, se mostrando não sei pra quem. Acho que ninguém se importa.
Já era noite. A moça dos cabelos castanhos tira do bolso um LSD e me oferece.
Aceito.
Ela se apresenta.
 -Meu nome é Júlia.
Coloco o acido na boca, mas não digo meu nome.
Ficamos ali um tempo, não sei quanto tempo.
Olho para Júlia.
Nossa, ela é bonita mesmo. Como não percebi essa moça antes.
Achei que o acido estava começando a fazer efeito, quando vi um monte de cores. Mas era apenas um grupo escroto de EMOS.
Continuamos conversando, me senti atraído por Júlia. Pergunto se ela que dar um mergulho.
Ela pergunta onde e diz sim.
Já era madrugada, pelo menos acho que era. Pulamos o muro do clube do bairro, tiramos a roupa e nadamos. Nus.
A piscina tinha muitos peixes, peixes amarelos, laranjas.Tinha uns golfinhos também. Todos riam pra gente, e mergulhamos com eles por algum tempo.
Saímos, conversamos um pouco mais, mergulhamos de novo, os peixes diminuíram, até que sumiram. Ficamos ali na beira da piscina deitados, olhando as estrelas.Nus.
Senti uma vontade grande de beija-la. Mas não tive coragem, continuem olhando as estrelas.
Colocamos a roupa e decidimos ir embora.

Já estava amanhecendo e antes do clube abrir, partimos.
Paramos na esquina.
Achei que era hora de se despedir. Senti um aperto no coração e uma vontade muito grande de beija-la. Desisti.
 -Tchau.
 -Tchau.
Virei as costas e fui embora. Sem falar meu nome.
Cheguei em casa. Tudo calmo, sem sinal de brigas. Tomei um banho, fui pra meu quarto.
Deitei e dormi